Fake

Olá, mortais! Hahah.

Bom, este é o primeiro post em que tenho de fato um “contato direto” com vocês. É a primeira vez que terão contato com minha personalidade, meus modos de falar e, se forem um pouco mais críticos e souberem ler nas entrelinhas, até de agir.

Agora, me conhecerão tal como conhecem Sensação, Doce de Leite e outras cupcakes – o que pode ser uma coisa muito boa ou uma coisa muito ruim. Vamos ao post, portanto. Este, como o próprio nome diz, é sobre nada mais nada menos do que os famosos perfis fakes. Preparem-se, não pouparei palavras para este texto!

Fake. Do inglês, falsificar, enganar.

Quem me conhece e convive comigo deve saber que sou dona de alguns personagens fakes – personagens reais ou não, criados para fins de interpretação principalmente no orkut, embora também existam fóruns de interpretação fake em sites específicos.

Oh, estão confusos? Permitam-me explicar. A “interpretação fake” nada mais é do que descrever, como em um livro, as ações, pensamentos e impressões de seu personagem. É redigir uma história, é jogar um RPG e matar monstros ao escrever suas ações! Ser dono de um fake é ser capaz de controlar uma vida, mesmo que sua interpretação seja em primeira pessoa.

Falando assim, parece que criar um fake é como “brincar de boneca”. De fato, é. Mas você não investe muito tempo de sua vida brincando de boneca. Também não conhece gente nova, tampouco coloca sentimentos reais em uma brincadeira de boneca. Nessa última parte é quando entra o lado destrutivo do fake, onde milhares de Offs (os donos dos fakes) se encontram nesse exato momento.

Não vou mentir para vocês. O mundo fake é viciante, é sedutor, é divertido. Pessoas que criam fake normalmente o fazem pois tem muito tempo livre, decorrente da falta de vida social – a falta de amigos. Quer encontrar alguém que já sofreu bullying e superou, ou pelo menos está tentando superar? O fará em qualquer fórum de interpretação fake. Essas pessoas encontram no anonimato a segurança que lhes falta na vida real, a segurança para ter amigos e para fazer e ser o que quiser – desde um demônio manipulador de fogo a um próprio deus.

E eis a pior parte do mundo fake: você se apega às pessoas com uma facilidade impressionante. Sei disso porque tenho um fake e, há dois anos, conheci alguém cujo nome não precisará ser pronunciado.

Começou com indiferença. Então se transformou em profundo ódio e – quem diria? – admiração. Há alguns meses percebi que estava gostando mais dessa pessoa do que deveria estar. No entanto, a distância nos separava. E não só a distância: essa pessoa, embora extremamente cativante, era como uma cocaína. Tão viciante quanto destrutiva.

Pela primeira vez em muitos anos, eu tinha uma vida real em paralelo com a vida fake. Tinha alguém que gostava de mim, tinha amigos de verdade, tinha um motivo para viver. Esse alguém me pediu para jogar tudo para o alto por ele. Era um preço alto demais, vocês não acham? Eu também achei. Por isso, literalmente o excluí da minha vida.

Esse pseudo-drama não é apenas meu. Conheço e conheci muita gente que não podia ficar com quem dizia amar por causa da distância e – triste destino – por causa da própria vida! Há muita gente destrutiva no fake. E essas pessoas estão transformando o mundo fake em uma máquina de destruição emocional! Isso interfere na vida real, sabe? Isso machuca de verdade. É para ser só um jogo, mas todo mundo se machuca no final.

O fake é um refúgio. Mas vai se transformar em seu maior pesadelo, se você não sair antes que te domine e antes que te destrua. Eu acho que sairei tarde demais, e o fake me tornou o que sou no momento.

Só espero que não piore.

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